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Análise: Vitória de Milei em Buenos Aires se explica por ‘é o dólar barato, estúpido’

O resultado da eleição para vereadores na capital da Argentina, realizada no último domingo, foi comemorada pelo governo de Javier Milei como uma vitória, em palavras do chefe de Estado, “que será um divisor de águas para as ideias da liberdade”, ou seja, para seu partido, A Liberdade Avança.

A Casa Rosada instalou no país a narrativa de que esta eleição, uma entre tantas que serão realizadas este ano na Argentina, era um plebiscito sobre o governo Milei. Com a participação mais baixa da História na capital argentina (apenas 53,3%), o candidato do governo, Manuel Adorni, ficou em primeiro lugar, com 30,13%.

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Resultado coloca o LLA como o mais votado na capital argentina, que desde 2007 era governada pelo PRO, do ex-presidente Mauricio Macri

O segundo mais votado foi o peronista Leandro Santoro, que obteve 27,35%. Em terceiro lugar ficou Silvia Lospennato, do Pro (Proposta Republicana), partido liderado pelo ex-presidente Maurício Macri (2015-2019), que no domingo amargou uma das piores derrotas de sua carreira política.

Macri perdeu o controle da capital argentina, atualmente governada por seu primo, Jorge Macri. O Pro era a força política dominante na cidade desde 2005. Macri perdeu, acima de tudo, uma queda de braço com Milei que, apesar de ter chegado ao poder com a ajuda do ex-presidente, jamais quis compartilhar o governo com o Pro. A partir de agora, além de consolidar seu papel como líder político de seu governo, sem espaço para negociações de nenhum tipo, Milei será, também, o líder da direita e extrema direita argentinas. Macri virou passado.

O que explica o triunfo de Milei na capital argentina, que pode prenunciar outras vitórias nos próximos meses, sobretudo nas eleições legislativas nacionais de 26 de outubro? Apelando à famosa frase do estrategista de campanha americano James Carville, na Argentina poderíamos dizer que “é o dólar barato, estúpido” (a frase de Carville, dita na campanha de Bill Clinton, em 1992, foi “é a economia, estúpido”).

Desde que Milei assumiu o poder, em dezembro de 2023, o peso argentino se valorizou frente ao dólar. Nos últimos meses, os argentinos de classe média alta voltou a viajar para Miami, Brasil, Europa e muitos outros destinos. Viajar e comprar com a sensação, que há muitos anos não tinha, de sentir que sua moeda tem valor no exterior.

Algo similar aconteceu na década de 90, quando o governo do peronista Carlos Menem (1989-1999) atrelou o valor do peso ao dólar, no chamado sistema de conversibilidade. A Argentina vive o que analistas chamam de uma época de “plata dulce” (dinheiro doce, em tradução livre), e isso rende votos. Milei sabe.

Seu candidato venceu nos bairros de maior poder aquisitivo da capital, entre eles na Recoleta, Palermo e Belgrano. Mas Adorni, o porta-voz da Casa Rosada que virou candidato a vereador, foi derrotado pelo peronismo em Mataderos, um bairro de classe média, um dos setores mais afetados pelo ajuste de Milei.

Votaram no candidato de Milei os eleitores que estão, de uma ou outra maneira, sendo beneficiados por seu plano econômico. Um corretor imobiliário que voltou a vender imóveis graças ao dólar barato e a alguns financiamentos bancários que surgiram nos últimos meses; o pequeno e médio empresário que com o dólar barato conseguiu comprar maquinaria e modernizar sua empresa para poder competir com as importações, cada vez mais expressivas, que chegam ao país; o profissional bem sucedido; basicamente os argentinos que conseguiram se adaptar à nova realidade econômica do país. Também os que estão sofrendo o ajuste, mas acreditam que Milei está no caminho certo e valorizam, sobretudo, a contenção da inflação.

Se for comparado o resultado desde domingo com o que Milei obteve há quatro anos, quando competiu por uma vaga na Câmara, o presidente duplicou seus votos na cidade. Em relação a 2023, aponta o analista Carlos Fara, o presidente cresceu 10 pontos percentuais.

— Nos últimos dias, Milei fez uma grande aposta eleitoral com anúncios do governo nacional que são bem vistos pela classe média e média alta: redução de impostos e reforma migratória, entre outras coisas, além da uma inflação em queda — explica Fara.

De acordo com o economista Hernán Letcher, a renda média das famílias nos bairros onde o partido de Milei venceu é de US$ 2.800. Comparado com a renda em dólares que essas famílias tinham antes de Milei, frise o economista, o valor duplicou.

— Nos bairros onde as famílias gastam tudo o que ganham em comida, roupa, escola e outras despesas, o peronismo venceu e Milei ficou em segundo lugar — aponta Letcher.

Para dirigentes veteranas como Elisa Carrió, que já foi candidata presidencial, deputada, senadora e uma das principais adversárias do kirchnerismo, “a Argentina é um país que escolhe pelo dinheiro, pelo dólar barato, isso deve ser aceito”.

— Não importa que tenhamos desemprego, que fechem fábrica, que exista discurso de ódio, não importa. Se tem dólar barato, o poder ganha — conclui Carrió.

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