Consultoria Empresarial
+ 10 Anos de Experiência
Contabilidade Fiscal
Contabilidade Tributária
Consultoria Empresarial
Consultoria Tributária
Serviços de Contabilidade
Assessoria e Planejamento Tributário

Briga de gigantes: por que a disputa China-EUA pode baratear o consumo no Brasil

A disputa comercial entre Estados Unidos e China, que voltou ao centro do debate global após a retomada das tarifas americanas impostas pelo presidente Donald Trump, pode acabar beneficiando o Brasil em um aspecto inesperado: a inflação de bens industriais. Com a imposição de barreiras tarifárias, parte dos produtos chineses que antes tinham como destino o mercado americano tende a buscar novos compradores — e o Brasil aparece como um candidato natural para absorver parte desse excedente.

Segundo estimativas do Itaú BBA, o aumento da presença de mercadorias chinesas nas importações brasileiras pode exercer uma força de contenção nos índices de preços. Hoje, os produtos que vêm da China representam cerca de 15% das importações brasileiras, contra 6% em 2017. Nos Estados Unidos, a demanda por esses mesmos itens tem perdido força, o que abre espaço para uma realocação global do comércio.

O banco estima que um avanço de 10 pontos percentuais na participação chinesa nas importações do Brasil, mesmo sem novas quedas de preços, pode levar a uma redução de até 0,20 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O efeito seria ainda maior se os produtos vierem acompanhados de preços mais baixos, cenário observado desde o fim da pandemia de covid-19. Nesse caso, a inflação poderia ceder até 0,50 ponto percentual.

Boa parte dessa projeção, diz o BBA, está ancorada na sobreposição entre os principais itens comprados por Brasil e Estados Unidos da China. Dez grupos de produtos, como máquinas e aparelhos elétricos, instrumentos mecânicos, plásticos e fertilizantes, respondem por 80% das importações brasileiras e 65% das compras americanas. A semelhança nas cestas de consumo facilita a substituição geográfica dos destinos.

Leia também

Ibovespa Ao Vivo: Bolsa sobe e volta aos 139 mil pontos com balanços e novos dados

Bolsas dos EUA sobem em meio a dados de emprego, varejo e produção

Cálculos do Itaú BBA apontam que há uma correlação inversa entre a fatia que os EUA ocupam nas exportações chinesas e a que cabe ao Brasil. Para cada ponto percentual de queda dos EUA nesse comércio, explicam os analistas, o Brasil tende a ganhar 0,12 ponto.

Se os Estados Unidos, por efeito de tarifas ou incertezas nas regras comerciais, reduzirem suas importações da China em até 70%, o equivalente a cerca de US$ 300 bilhões, a participação brasileira nesse fluxo poderia aumentar cerca de um ponto, o que significaria uma elevação de até 10 pontos nas importações brasileiras de origem chinesa.

Segundo os estrategistas, esse realinhamento pode ajudar a explicar por que os modelos econômicos têm superestimado a inflação de industriais nos últimos dois anos. Uma análise conduzida pelo banco mostra que, nos períodos em que os preços de importação recuam, os erros de previsão dos modelos tendem a aumentar, indicando que a inflação real fica abaixo da projetada. Para cada ponto percentual de queda no preço de importação, a inflação de bens industriais tende a cair 0,4 ponto, segundo a análise histórica de dados entre 2017 e 2024.

O banco testou também uma versão alternativa do modelo, incorporando variáveis como salários, commodities e preços de importação, com destaque para a origem dos produtos. A elasticidade estimada para os preços de importação ficou em 0,30, reforçando o peso dessa variável na formação dos preços domésticos. A conclusão do estudo é de que o aumento da presença de produtos chineses pode gerar um alívio gradual e contínuo nos preços da indústria nacional.

Ainda que o movimento não ocorra de forma imediata, e dependa do apetite de importadores e da ausência de barreiras adicionais, o Brasil surge como rota viável para a redistribuição dos fluxos comerciais que antes eram direcionados aos EUA. Com a inflação doméstica enfrentando pressões em outras frentes, analistas projetam que a entrada de bens industriais a preços mais baixos pode se tornar um fator de alívio para o bolso do consumidor, ao menos no segmento de bens duráveis e insumos industriais.

As estimativas não consideram eventuais mudanças na política de impostos sobre importação, que poderiam alterar esse quadro. A tendência observada até aqui, contudo, sugere que a disputa entre as duas maiores economias do planeta pode, por vias indiretas, contribuir para manter a inflação brasileira sob controle.

The post Briga de gigantes: por que a disputa China-EUA pode baratear o consumo no Brasil appeared first on InfoMoney.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Nosso trabalho é fazer o melhor por você e sua empresa

Artigos Relacionados

Entre em contato conosco!

Ligue hoje para

Entre em contato conosco!

Estamos a sua disposição para sanar dúvidas ou perguntas.

    Agende um horário para alavancar sua empresa.

    A melhor hora é agora.