Após as mudanças na regulamentação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a equipe econômica da XP alterou sua projeção para Selic terminal para 14,75% ao ano em 2025.
A expectativa, agora, é que não seja realizada mais nenhuma alta, uma vez que o aumento na tributação anunciado teria efeito similar a um aumento de 0,25 a 0,50 pontos percentuais na taxa básica de juros, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (23). Antes, a expectativa da casa era de Selic terminal (o ponto máximo de taxa de juros no atual ciclo de aperto monetário) de 15%.
A análise contou com exercício preliminar para estimativa de aumento médio no custo do crédito sobre a parcela da carteira diretamente impactada pela medida, que seria o crédito corporativo (cerca de 21,3%). Com o aumento do IOF, o custo de crédito passou por elevação similar a uma alta de 0,40 ponto percentual (p.p.) e a diferença foi aplicada à parcela de crédito afetado.
Ibovespa sai de queda de 1,6% e fecha em alta de 0,4% com efeito IOF: o que explica?
Humor do mercado melhorou com recuo do governo, mas a cautela dos agentes com o fiscal continua
Alta de IOF atraiu crítica do BC e surpreendeu antes de recuo por pressão do mercado
Diante da repercussão e forte pressão do mercado sobre a equipe econômica, que, de acordo com uma quarta fonte, recebeu relatos sobre riscos de fuga de capitais do país, o governo recuou de parte das medidas
De acordo com os economistas Caio Megale e Rodolfo Margato, o aumento do IOF não tem o mesmo impacto de uma elevação da Selic nas expectativas de inflação, consumo intertemporal e taxa de câmbio. “Crédito não é o único canal de política monetária”, destacam. Mesmo assim, os economistas fazem a ressalva de que, para o cenário base da XP, a elevação do tributo pode substituir a elevação esperada para reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
BBI reitera compra para Brasil e destaca pontos positivos dos anúncios do governo
O BBI viu as medidas com um resultado líquido positivo no geral e aliviando duas grandes preocupações para os investidores em ações
O relatório destaca que as declarações mais recentes de Gabriel Galípolo, presidente do BC, já sinalizavam juros elevados por um período mais prolongado e não novos aumentos na taxa. Dentre os riscos inerentes às medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda da tarde desta quinta-feira (22), estão a forte depreciação do real, que poderia impactar negativamente o cenário inflacionário.
No entanto, a taxa de câmbio permaneceu relativamente estável, destacam os economistas, em patamar próximo da projeção de R$ 5,80 por dólar até o fim de 2025. As projeções para Produto Interno Bruto (PIB) e IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram mantidas. Para PIB, a estimativas são de 2,3% em 2025 e de 1,5% em 2026. Já para IPCA, a casa projeta 5,7% para 2025 e 4,7% para 2026, acima do limite superior da meta.
The post Com elevação do IOF, XP não espera mais alta da Selic e projeta 14,75% até fim do ano appeared first on InfoMoney.