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Economia brasileira deve sentir impacto, mas suportar tarifas de 50% de Trump

BRASÍLIA (Reuters) – Os produtos brasileiros em breve estarão sujeitos a uma das tarifas mais altas já impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas isso não deve desestabilizar a economia do país, graças às amplas exceções à taxação e ao fortalecimento das relações comerciais com a China, segundo economistas e autoridades.

O impacto relativamente baixo sobre a economia brasileira dá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais liberdade para manter sua posição firme diante de Trump — algo raro entre líderes ocidentais — após chamá-lo de “imperador” global indesejado e comparar suas ameaças tarifárias a uma forma de chantagem.

Lula afirmou estar aberto a negociar um acordo comercial, mas rejeitou as críticas de Trump sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma ameaça à soberania brasileira e à independência do Judiciário. O Supremo Tribunal Federal está julgando o ex-presidente por suposta conspiração para reverter o resultado das eleições de 2022, quando ele perdeu para Lula.

Essas tensões, que ganharam força com a prisão domiciliar de Bolsonaro decretada na segunda-feira, provavelmente tornarão as negociações entre Washington e Brasília difíceis e prolongadas, mesmo que os efeitos sobre a economia brasileira pareçam limitados.

Diferentemente de México e Canadá, que destinam cerca de três quartos de suas exportações aos Estados Unidos, o país norte-americano compra apenas 12% das exportações brasileiras. Em comparação, as exportações do Brasil para a China dobraram na última década, representando agora 28% do total de embarques do país.

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Após as isenções previstas na ordem executiva de Trump na semana passada, incluindo aviões, energia e suco de laranja, a tarifa de 50% que entra em vigor na quarta-feira se aplicará a pouco menos de 36% das exportações brasileiras para os EUA em valor, segundo estimativa do governo.

Muitas dessas exportações sujeitas à tarifa são commodities como carne bovina e café, que devem encontrar mercados alternativos com um desconto modesto, segundo economistas.

“Já esperávamos um impacto limitado, mas caiu ainda mais com as exceções”, disse Luiza Pinese, economista da XP, que reduziu pela metade sua previsão de impacto negativo das tarifas sobre o Produto Interno Bruto do Brasil neste ano para 0,15 ponto percentual.

O Goldman Sachs manteve sua projeção de crescimento de 2,3% da economia brasileira neste ano, citando as exceções “notáveis”, e apontou que o apoio do governo aos setores afetados, esperado para os próximos dias, deve suavizar ainda mais o impacto econômico.

“O Brasil depende dos Estados Unidos, é verdade, mas depende dos países do Brics, depende da Europa e do Mercosul”, disse a ministra do Planejamento, Simone Tebet, em um evento público na semana passada, referindo-se ao bloco comercial sul-americano e a grandes nações em desenvolvimento como China, Índia e Rússia.

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Ela disse que quase metade do comércio do agronegócio brasileiro, motor da economia do país nos últimos anos, está concentrado na Ásia, em comparação com apenas 10% destinados aos Estados Unidos.

“Quando a gente fala da indústria, esse número é de quatro vezes por um — ou seja, quatro vezes mais para a Ásia do que para os Estados Unidos”, acrescentou.

O Brasil também é muito menos aberto do que a maioria das grandes economias globais, o que limita os efeitos de perturbações comerciais.

Exportações e importações representaram 36% do PIB do país no ano passado, menos da metade da participação observada em pares latino-americanos como México e Paraguai, e apenas um quarto do nível de economias asiáticas voltadas à exportação, como Tailândia e Malásia, segundo dados do Banco Mundial.

Grande parte das exportações do Brasil são commodities que podem ser redirecionadas para diferentes mercados ao longo do tempo, disse Thiago Carlos, gestor de portfólio de mercados emergentes da Pacific Investment Management Company (PIMCO). No curto prazo, uma maior oferta interna de alimentos pode até ajudar a reduzir a inflação, acrescentou.

“Com a inflação provavelmente tendendo a cair, o Banco Central pode encontrar espaço para começar a flexibilizar a política monetária mais cedo do que o esperado”, disse Carlos.

Analistas consultados pela Reuters estimaram que, mesmo sem um acordo comercial com os EUA e antes das isenções, a perspectiva de crescimento do Brasil para 2026 permaneceria praticamente inalterada em relação ao consenso anterior de 1,6% a 1,7% antes de Trump elevar a tarifa para 50%.

Ainda assim, Luis Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners, alertou para possíveis efeitos colaterais se o auxílio do governo não for bem direcionado para proteger setores e empregos vulneráveis.

“Apesar de as isenções terem coberto 45% do valor exportado, quando você pega os 700 produtos que ficaram isentos, o universo de exportação para os Estados Unidos tem 4 mil produtos… Boa parte das empresas que exportam para os Estados Unidos não foram cobertas pela isenção”, disse.

O Banco Central do Brasil afirmou que as tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros podem ter efeitos “significativos” em setores específicos, e que os efeitos macroeconômicos mais amplos permanecem incertos e dependerão do curso das negociações e da percepção de risco pelo mercado.

Flavio Ataliba, pesquisador da FGV, também observou que o vasto tamanho e a diversidade regional do Brasil resultarão em impactos desiguais.

A região Nordeste, em particular, pode ser mais afetada devido à sua base exportadora de produtos de baixo valor agregado e intensivos em mão de obra, como frutas frescas, frutos do mar, têxteis e calçados — todos agora sujeitos à tarifa integral de 50%, acrescentou.

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