A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, cortou a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 para 5,3% e elevou o Produto Interno Bruto (PIB) para 2,4%.
Em relação à inflação, o Relatório de Acompanhamento Fiscal, divulgado nesta quarta-feira (24), indica que o destaque fica para a desaceleração dos preços livres — especialmente dos serviços —, em linha com o fechamento gradual do hiato do produto.
A desvalorização do dólar norte-americano, após as tarifas impostas nos Estados Unidos (EUA) em abril, somada à queda nas commodities, ajuda a aliviar os preços ao consumidor. A IFI vê um câmbio de US$ 5,78 e US$ 5,91 por real neste e no próximo ano, respectivamente.
Para 2026, a expectativa é de que a inflação feche em 4,3%. O cumprimento da meta de 3,0%, no entanto, deve acontecer apenas em 2029.
Já em relação ao PIB, o IFI já espera uma desaceleração do crescimento no curto prazo. O cenário reflete a moderação do consumo e o enfraquecimento dos investimentos, em um contexto de condições monetárias e financeiras restritivas, redução do impulso fiscal e aumento da incerteza econômica global.
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Além disso, o mercado de trabalho tem contribuído para o dinamismo da atividade, ao sustentar o consumo por meio da ampliação do rendimento médio, do aumento do nível de ocupação e da redução da taxa de desemprego para patamares historicamente baixos.
“O PIB deve crescer 2,4% em 2025, desacelerando para 1,7% em 2026 e convergindo, no médio prazo, para uma taxa média de 2,2% a.a.”, diz.
O relatório aponta que a manutenção da política monetária em campo restritivo, aliada à desaceleração da atividade econômica e da inflação, deve possibilitar o início dos cortes na taxa Selic a partir do final do ano.
A projeção da instituição é de que os juros fechem este ano em 14,75% e 2026 em 12,50%.
A taxa de juros real ex ante deve diminuir de 8,1% em 2025 para 7,0% em 2026, estabilizando-se em torno de 5,0% entre 2027 e 2035.