A inflação deve voltar a acelerar no mês de julho, mas o cenário geral segue favorável, afirmam os especialistas da Warren. O indicador será divulgado na terça-feira (12), às 9h (horário de Brasília).
A expectativa é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) suba 0,35%, frente à alta de 0,24% em junho. Já no acumulado de um ano, a previsão é de queda de 5,35% no mês anterior para 5,34%, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Money Times.
A Warren — que espera altas de 0,36% e 5,33% — estima avanço de 0,77% dos preços administrados, diante de 0,60% em junho e 0,70% em maio.
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Essa pressão vem principalmente de dois itens: jogos de azar, que devem subir 12,75% após o reajuste aplicado pela Caixa Econômica; e energia elétrica, que reflete os reajustes tarifários em São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, com impacto estimado de 3,25%.
No grupo de higiene pessoal, que deve avançar 0,76%, o destaque fica por conta dos perfumes, que apresentam variação historicamente oscilante. Após uma deflação de 3,26% no mês anterior, a Warren projeta alta de 0,31%.
Além disso, o grupo de serviços deve subir 0,62% em julho. A principal contribuição para esse aumento vem, mais uma vez, das passagens aéreas, com alta estimada de 19,86%.
O aluguel residencial deve avançar 0,39% no mês e ganhar protagonismo nas próximas leituras, dado o descompasso atual em relação ao comportamento esperado para o grupo. “Projetamos uma média mensal em torno de 0,42% para os próximos meses, acima da média registrada ao longo de 2024”, dizem.
Por outro lado, o grupo de alimentação no domicílio deve seguir em deflação, com queda estimada de 0,46% no mês. O principal vetor de baixa são os alimentos in natura, cuja variação projetada é de 1,99%. Entre os destaques estão os tubérculos (-4,2%), carnes (-0,43%) e farinhas (-0,73%).
“Essa dinâmica tem sido influenciada pela queda de preços tanto na média quanto na ponta no atacado, e segundo nossa coleta proprietária, tem sido refletida também na ponta do varejo. Nossa visão é de que esse comportamento siga favorecendo a desaceleração da inflação nos próximos meses”.
Um novo fator de impacto deflacionário deve aparecer na leitura com o início da vigência da isenção de IPI para carros sustentáveis: automóveis novos. “Estimamos queda de 0,65% na categoria em julho, frente à alta de 0,27% observada em junho. Acreditamos que os efeitos da medida devam aparecer com mais força nas próximas leituras”.
Os especialistas ponderam que o cenário inflacionário segue favorável. “As deflações persistentes em alimentação no domicílio, a estabilidade nos núcleos e o impacto inicial de medidas como o IPI zero para carros sustentáveis sustentam nossa projeção de IPCA em 4,9% para 2025 e 4,5% para 2026”.