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Inflação nos EUA menor que a esperada de novo. Isso pode mudar a cabeça do Fed?

A exemplo do que havia ocorrido em abril, o índice inflação ao consumidos (CPI) dos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em maio, com desaceleração também do núcleo do indicador. Como o Federal Reserve se reúne na próxima semana para decidir sobre a taxa de juros, pé natural que se pergunte: há chance de os diretores do banco central americanos anteciparem um ciclo de cortes de juros?

Pelas análise de economistas, a resposta é: ainda não. O diagnóstico é que, apesar de sinais de preços bem-comportados nos últimos meses, permanece a incerteza sobre o impacto nos preços internos que a agressiva política comercial imprimida pelo presidente Donald Trump pode trazer à frente.

O CPI avançou 0,1% em maio frente a abril, abaixo do 0,2% esperado e também menor que o observado no mês anterior (+0,2%). O núcleo da inflação registrou alta de 0,1%, também abaixo do esperado, com o acumulado em 12 meses recuando para 2,8%. O super núcleo, que é o núcleo da inflação de serviços excluindo os gastos com habitação, também desacelerou fortemente, saindo de 0,21% em abril para 0,06% em maio.

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André Valério, economista sênior do Inter, destacou em sua análise que a alta dos preços de habitação e alimentos, ambos avançando 0,3%, foram compensadas pela queda de 1% nos custos com energia, além de uma deflação generalizada dos bens, como veículos novos (-0,3%), veículos usados (-0,5%) e vestuário (-0,4%).

“Se esperava que o impacto das tarifas começasse a se materializar nesse mês justamente nesses itens, o que não ocorreu. Além desses bens, outro fator que contribuiu para o resultado menor que o esperado foi a deflação nos serviços de transporte, que recuou 0,2%”, detalhou. Entre os fatores, o economista citou uma redução no turismo nos EUA, o que contribuiu para queda nas passagens aéreas medidas pelo índice.

Para Valério, com mercado de trabalho ainda robusto, mas com sinais de desaceleração na margem, o resultado de hoje seria suficiente para fazer o Fed discutir a retomada de corte de juros na próxima reunião, se não fossem as tarifas de Donald Trump.

“A dinâmica recente da inflação é clara de desaceleração. Entretanto, a incerteza sobre o impacto tarifário ainda persiste e deve manter o Fed cauteloso. Não se pode descartar que as tarifas ainda terão impacto significativo nas próximas leituras, especialmente que toda a incerteza tarifária gerou um temor de recessão na economia americana que não se materializou”, explicou. Para ela, à medida que esse temor se dissipe, pode haver um impacto mais significativo na inflação, vindo das tarifas.

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O economista do Inter disse ainda que, mantida a atual dinâmica, o Fed irá esperar mais algumas divulgações de inflação para ter maior certeza de que as tarifas não serão inflacionárias. “Apenas uma desaceleração mais intensa que o esperado no mercado de trabalho para forçar a retomada do ciclo de cortes. A reunião de semana que vem trará informações importantes sobre os próximos passos com a divulgação das projeções dos membros do Fomc e mantemos a expectativa de retomada de cortes a partir da reunião de setembro.”

Andressa Durão, economista do ASA, disse concordar com a visão que ainda não há sinais claros de efeitos das tarifas sobre a inflação. Ela acrescentou que houve nova surpresa no item de passagens aéreas, que registrou mais uma forte queda mensal, e disse que outro item de serviços que surpreendeu negativamente no mês foi health care.

Ela comentou ainda que as projeções do mercado para o PCE – a inflação do consumo — de maio, a ser divulgado no final do mês, devem ser revisadas para baixo após o novo CPI fraco, mas ainda ficarão altamente dependentes do resultado dos itens da inflação do produtor (PPI), que será divulgado amanhã.

“Enquanto efeitos das tarifas aplicadas ainda não são observados nos dados de inflação, o Fed continua em compasso de espera, mantendo os juros parados diante das incertezas não só em relação à inflação, mas também sobre a atividade”, previu Andressa.

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, os dados da CPI referente ao mês de maio trazem algum alívio em relação à trajetória inflacionária, particularmente por ainda não terem sinalizado pressões vindas da introdução das novas tarifas sobre importação.

“Embora a progressão futura da inflação permaneça sendo uma preocupação, esta leitura do CPI ajuda a reforçar as apostas de que um novo ciclo de corte de juros possa ser iniciado no segundo semestre”, avaliou Igliori.

Impacto tarifário virá

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, por sua vez, observou que, embora os preços dos bens industriais tenham ficado estáveis (0%) em maio, dois itens que contribuíram para essa estabilidade — veículos novos e usados — costumam ser voláteis.

“Esperamos que as novas tarifas de importação comecem a ter impacto sobre os preços dos bens e, consequentemente, sobre a inflação americana, a partir do mês que vem. Ainda que os Estados Unidos e a China tenham chegado a um acordo para reduzir temporariamente as tarifas recíprocas, a alíquota média segue elevada, bem acima do patamar de janeiro, antes do início do governo de Donald Trump”, ponderou.

 Para ela, mesmo em meio à projeção de desaceleração da economia americana, a perspectiva de uma inflação mais alta deve manter o Federal Reserve cauteloso, à espera de sinais mais claros para definir os rumos da política monetária. “Diferentemente do consenso do mercado, não descartamos a possibilidade de os juros serem mantidos no patamar atual, de 4,25% a 4,5%, até o fim de 2025”, estimou.

Em análise, o Itaú disse que o dado de hoje indica uma desaceleração da inflação antes que o impacto das tarifas se faça mais concreto, o que ainda não ocorreu. “Ainda esperamos que a inflação aumente nos próximos meses. O Fed provavelmente aguardará maior clareza sobre esse choque para agir, desde que o mercado de trabalho siga resiliente”.

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