Os mercados acompanham de perto a agenda econômica desta terça-feira (12), marcada pela divulgação dos dados de inflação aqui no Brasil e nos Estados Unidos — indicador que pode reforçar ou alterar a trajetória das políticas monetárias em ambos os países.
Por aqui, a expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) suba 0,35%, frente à alta de 0,24% em junho. Já no acumulado de um ano, a previsão é de queda de 5,35% no mês anterior para 5,34%, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Money Times.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) adotou um tom mais duro, alertando para os riscos do descontrole fiscal e cenário internacional para a trajetória dos preços e da Selic. O Banco Central manteve a pausa na taxa básica de juros, mas não descartou novas altas.
Já nos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) deve desacelerar ligeiramente no ritmo mensal, com avanço esperado de 0,3% para 0,2%. Na comparação anual, porém, a inflação geral deve subir de 2,7% para 2,8%. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, deve apresentar alta de 0,2% para 0,3% no mês, enquanto a taxa anualizada deve passar de 2,9% para 3%.
Embora o CPI não seja o índice inflacionário preferido do Federal Reserve, ele é relevante para calibrar as expectativas do mercado em relação ao próximo encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Na última reunião, o Fed manteve a incerteza sobre os próximos passos da taxa de juros, apesar da pressão da Casa Branca para o início do afrouxamento monetário.
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Brasil
O anúncio do plano de contingência do governo contra a tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos brasileiros, previsto para hoje, deve atrasar mais um dia. O pacote, ainda sem consenso interno, terá foco nas empresas que mais exportam para o mercado norte-americano e reunirá ações de curto, médio e longo prazo, segundo integrantes da equipe econômica.
Elaborado sob medida para diferentes setores e perfis de companhias, o plano deve incluir linhas de crédito para os segmentos mais afetados e ampliar as compras governamentais, permitindo que órgãos públicos absorvam parte dos produtos que deixariam de ser exportados. Estimativas oficiais indicam que as tarifas vão impactar cerca de um terço das empresas brasileiras que vendem aos EUA.
Alguns itens relevantes da pauta de exportações ficaram fora da taxação, como suco de laranja, celulose e aviões da Embraer. Já produtos como café e carne seguem na lista de bens tarifados.
Temporada de balanços
A temporada de balanços do segundo trimestre está na sua última semana. O grande destaque matinal é o BTG Pactual (BPAC11), que encerrou o período com lucro líquido ajustado recorde de R$ 4,2 bilhões, disparada de 42% em relação ao mesmo período do ano passado.
Após o fechamento, a atenção se volta para Americanas (AMER3), MRV (MRVE3), Movida (MOVI3) e CVC (CVCB3). O dia também conta com o balanço da Raízen (RAIZ4).
Calendário de resultados do 2T25: Veja as datas e horários dos balanços das empresas da B3
Ibovespa
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) terminou com baixa de 0,21%, aos 135.623,15 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4420, com alta de 0,11%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, subiu 0,58% no after-market de ontem, cotado a US$ 27,80.
Internacional
Lá fora, os mercados repercutem o decreto de Donald Trump prorrogando por mais 90 dias a trégua tarifária com a China.
Além disso, o presidente dos EUA ajudou as ações da Intel avançarem 2,5% no after hours em Nova York após classificar como “interessante” o encontro com o CEO da companhia. Na semana passada, Trump pediu que Lip-Bu Tan, deixasse o cargo “imediatamente”, devido ao envolvimento do executivo com investimentos em empresas chinesas.
As bolsas asiáticas fecharam em alta. As europeias operam majoritariamente no positivo, seguindo os índices futuros de Wall Street, que avançam nesta manhã.
Petróleo
O petróleo opera em alta, em meio à expectativa pelas negociações entre EUA e Rússia.
Criptomoedas
As criptomoedas operam mistas. O bitcoin (BTC) perdeu força e é negociado nos US$ 118 mil, apresentando uma queda de 2,4%. Já o ethereum (ETH) sobe 0,5% e é negociado próximo dos US$ 4.300.
Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
06h – Alemanha – Índice ZEW de expectativas econômicas
09h – IBGE – IPCA
09h30 – EUA – CPI
Agenda – Lula
09h30 – Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e secretário de Imprensa, Laércio Portela
10h30 – Ministro da Casa Civil, Rui Costa
15h30 – Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e chefe do Gabinete Adjunto de Agenda, Oswaldo Malatesta
Agenda – Fernando Haddad
14h30 – Audiência Pública no âmbito da Comissão Mista da Medida Provisória n° 1303, de 2025
Agenda – Gabriel Galípolo
11h – Reunião com André Corrêa do Lago, Presidente da COP30, Ana Toni, CEO, e Túlio Andrade, Diretor de Estratégia e Alinhamento
14h – Audiência com representantes da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal
16h30 – Reunião com Jhonatan de Jesus, Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Laercio Vieira, Assessor, e Eugênio Vilela, Chefe de Gabinete
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta terça-feira (12)
Bolsas asiáticas
Tóquio/Nikkei: +2,14%
Hong Kong/Hang Seng: +0,25%
China/Xangai: +0,50%
Bolsas europeias (mercado aberto)
Londres/FTSE100: +0,19%
Frankfurt/DAX: -0,43%
Paris/CAC 40: +0,13%
Wall Street (mercado futuro)
Nasdaq: +0,03%
S&P 500: +0,05%
Dow Jones: +0,12%
Commodities
Petróleo/Brent: +0,45%, a US$ 66,93 o barril
Petróleo/WTI: +0,39%, a US$ 64,21 o barril
Minério de ferro: +2,36%, a US$ 111,39 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
Bitcoin (BTC): -2,4%, a US$ 118.644
Ethereum (ETH): +0,5%, a US$ 4.298,40
Boa segunda-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!