PEQUIM/HONG KONG (Reuters) – O acordo tarifário entre os Estados Unidos e a China foi recebido nesta segunda-feira com ceticismo nas mídias sociais chinesas, enquanto os comentários oficiais exaltaram a notícia.
Os dois países informaram que os EUA reduzirão as tarifas extras impostas às importações chinesas em abril deste ano de 145% para 30% e as taxas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%. As novas medidas permanecerão em vigor por 90 dias.
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“Só tenho medo de que Trump possa mudar de ideia a qualquer momento, afinal ele não é normal”, escreveu um usuário chamado Qijie na plataforma de mídia social chinesa Weibo.
“Esses norte-americanos, especialmente o idiota do Trump, simplesmente não são confiáveis! Cuidado com a inconstância deles”, disse outro usuário chamado Wu.
Ambas as publicações tiveram milhares de curtidas.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou as tarifas pagas pelos importadores norte-americanos por produtos da China para 145%, além daquelas que ele impôs a muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e as tarifas cobradas pelo governo Biden.
A China respondeu com restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para os fabricantes norte-americanos de armas e bens de consumo eletrônicos, e aumentando as tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125%.
A portas fechadas, as autoridades chinesas ficaram alarmadas com o impacto econômico das tarifas e com o risco de isolamento, já que os parceiros comerciais da China começaram a negociar acordos com Washington, de acordo com três autoridades familiarizadas com o pensamento de Pequim.
Com a mídia estatal chinesa elogiando o acordo, um comentário da emissora pública CCTV disse que a reunião entre a China e os EUA em Genebra foi “equilibrada e benéfica para ambos os lados”.
“A atmosfera das negociações foi franca, profunda e construtiva e houve um progresso substancial e um importante consenso foi alcançado”, disse na plataforma de mídia social Wechat, da Tencent.
O comentarista chinês Hu Xijin, ex-editor do jornal estatal Global Times, disse em sua conta no Wechat que a declaração conjunta da China e dos EUA foi histórica.
A China e os EUA “podem lidar com grandes disputas de forma igualitária e mutuamente respeitosa”, disse ele, acrescentando que o resultado foi “também uma vitória para as regras do comércio internacional e a devida ordem”.
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