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Mineração cresce no 1º semestre, mas tarifas dos EUA representam risco estratégico

O setor mineral brasileiro encerrou o primeiro semestre de 2025 com crescimento sólido em produção, faturamento e geração de empregos. No entanto, essa consistência acabou tornando chamando atenção e colocou o segmento no foco das medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos, que atingem mais de 24% das exportações do segmento.

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores mineradoras que atuam no país, o setor mineral faturou R$ 139,2 bilhões nos primeiros seis meses do ano, um aumento de 7,5% em relação ao primeiro semestre de 2024. A receita com minerais críticos foi de R$ 21,6 bilhões, 41,6% de aumento em relação ao  primeiro semestre de 2024, quando chegou a R$ 15,2 bilhões.

Somente as exportações do setor no período chegaram a 192,5 milhões de toneladas de produtos, o que representou um aumento de 3,7% em relação ao primeiro semestre de 2024, movimentando cerca de US$ 20,1 bilhões. Apenas o minério de ferro foi responsável por 63% das exportações. Já as exportações de minerais críticos cresceram 5,2%, totalizando US$ 3,64 bilhões, correspondente a 3,58 milhões de toneladas.

Por isso, já vem chamando atenção externa. O tema dos minerais críticos ganhou destaque após reunião entre o Ibram e o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, em Brasília. Segundo o Ibram, Escobar demonstrou interesse na Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, em preparação pelo governo brasileiro.

Por outro lado, as importações minerais caíram 5,3% em dólar, totalizando US$ 4,1 bilhões, e caiu 2,2% em toneladas, somando 19,9 milhões de toneladas. No final, o saldo da balança comercial mineral (de US$ 16,01 bilhões) foi equivalente a 53% do saldo da balança comercial brasileira (US$ 30,09 bilhões).

Tarifaço

A partir de 6 de agosto, os Estados Unidos aplicarão tarifa adicional de 40% a alguns produtos minerais brasileiros. Essa medida atinge principalmente pedras/rochas ornamentais (19,4% das exportações minerais), caulim (1,2%), pentóxido de vanádio (1%) e outros minérios. Cerca de 24,4% das exportações minerais brasileiras poderão ser afetadas.

“A hora é de revisar nossa estratégia. Precisamos negociar com foco em transferência de tecnologia, atração de investimentos e diversificação da pauta”, afirma o diretor‑presidente do Ibram, Raul Jungmann. Ele ressalta que os Estados Unidos são importantes mercado de vanádio e pedras decorativas, setores nos quais Brasil detém vantagens competitivas, mas reforçou que a negociação deve ser feita pelo governo, uma vez que os recursos minerais pertencem à União.

Porém, o setor teme retaliações tarifárias sobre importações estratégicas de máquinas e equipamentos, como escavadeiras ou caminhões, majoritariamente oriundos dos Estados Unidos, o que pode elevar os custos em US$ 1 bilhão ao ano para as mineradoras brasileiras.

Leia Mais: Minerais críticos: o que são e por que viraram chave para negociar tarifaço de Trump

Resultados gerais do setor no primeiro semestre

Exportações: 192,5 milhões de toneladas, alta de 3,7% ante igual período de 2024, mas queda de 6,5% em receita, com o valor chegando a US$ 20,1 bilhões.Minério de ferro responde por 63% das exportações e totaliza US$ 12,7 bilhões (–17,4% em dólar, apesar de maior volume).Minerais críticos (nióbio, vanádio, cobre, ouro e outros) somam US$ 3,64 bilhões (alta de 5,2% em valor) e 3,58 milhões de toneladas.Importações: US$ 4,06 bilhões (queda de 5,3%) e 19,9 milhões de toneladas (redução de 2,2%).O saldo da balança comercial mineral chegou a US$ 16 bilhões, equivalente a 53% da balança comercial total brasileira (US$ 30,09 bi), ante 41% nos primeiros seis meses de 2024.Faturamento do setor: R$ 139,2 bilhões, avanço de 7,5%. Minas Gerais lidera com 39,7% da participação, seguido por Pará (34,6%) e Bahia (4,8%).Tributos e CFEM: arrecadação total aumentou 7,5%, chegando a R$ 48 bilhões; a CFEM somou R$ 3,7 bilhões, com Minas e Pará respondendo por 84,5% desse total.Empregos diretos: 226 mil vagas, com geração de 5.085 novos postos no período.Investimentos previstos (2025‑2029): US$ 68,4 bilhões, dos quais US$ 18,45 bi destinados a minerais críticos.

Minerais críticos

Jungmann destaca que o Brasil ocupa posição de liderança mundial em reservas e produção de diversos minerais essenciais à transição energética, como nióbio, lítio, terras raras e vanádio. O faturamento com esses produtos aumentou 41,6% no primeiro semestre, somando R$ 21,6 bilhões.

Para Jungmann, esses minerais oferecem uma janela estratégica para agregar valor, atrair investimentos estrangeiros e construir cadeias produtivas locais, desde mineração até processamento industrial.

Conjuntura

O superávit mineral ajuda a estabilizar a balança comercial e sustenta reservas cambiais num momento de maior tensão externa. A queda de receita por conta da menor cotação do minério de ferro foi em parte compensada pelo aumento do valor de outros minerais, como o ouro (+80% no faturamento, provocada por alta de 60% no preço) e o cobre (+63%).

Ainda assim, os Estados Unidos figuram como exportador e importador relevante para o setor mineral do Brasil: exportamos cerca de 4% do total mineral para o país, com destaque para vanádio (34%) e rochas ornamentais (57,6%). Em contrapartida, importamos cerca de 20% dos minérios destinados ao uso industrial e energético.
Diante desse contexto, o setor minerário espera que as negociações do governo com os norte-americano contemplem três frentes prioritárias:

– Transferência de tecnologia e capacitação industrial
– Atração de investimentos estrangeiros em logística e processamento
– Diversificação da pauta mineral exportadora, ampliando produção de minerais críticos e estratégicos.

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