Apesar dos juros elevados, o mercado imobiliário no Brasil cresceu mais de 15% no primeiro trimestre de 2025 (1T25) em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O avanço, impulsionado pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, foi observado tanto nas vendas quanto nos lançamentos.
De acordo com o levantamento, entre janeiro e março deste ano foram vendidas 102.485 unidades residenciais em uma amostragem de 221 cidades pelo país, representando um crescimento de 15,7% na comparação com o 1T24.
Enquanto isso, os lançamentos (novos empreendimentos colocados à venda) totalizaram 84.924, alta de 15,1% na comparação anual.
No entanto, em relação ao último trimestre de 2024, o cenário foi de retração, com as vendas caindo 4,2% e os lançamentos recuando 28%. Vale reforçar que os dados consideram apenas imóveis novos.
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Resiliência do mercado imobiliário
Para Renato Correia, presidente da CBIC, mesmo diante do crédito mais caro devido à alta da taxa Selic, o brasileiro mantém a confiança no investimento em moradia.
“A força do Minha Casa, Minha Vida, aliada ao crescimento da renda e à estabilidade no emprego, sustenta esse desempenho positivo”, afirmou.
Nos últimos 12 meses, o volume total de lançamentos nas mesmas 221 cidades chegou a 407.949 unidades, enquanto as vendas acumuladas atingiram 418.136 — aumento de 22,5% em relação ao ano anterior.
Já a oferta final de imóveis caiu para 287.980 unidades, uma redução de 4,6%, indicando forte absorção pelo mercado.
MCMV: O protagonista
Segundo a pesquisa, o MCMV foi o principal responsável pelo desempenho do trimestre. O programa representou 53% dos lançamentos e 47% das vendas no período.
Os dados mostram que os resultados estão concentrados em regiões onde o Minha Casa, Minha Vida tem maior presença, como Norte e Nordeste.
No Sudeste, especialmente em São Paulo, também houve destaque nos lançamentos do programa. O tempo médio para escoamento da oferta no MCMV caiu para 6,5 meses, sinal de alta demanda.
Vale lembrar que, em abril, o governo federal anunciou novas regras para o Minha Casa, Minha Vida, com a criação da “Faixa 4”.
Na prática, houve ampliação do financiamento habitacional para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, que poderão financiar imóveis de até R$ 500 mil.
Além disso, os tetos das outras faixas foram reajustados:
Faixa 1: de R$ 2.640 para R$ 2.850 mensais
Faixa 2: de R$ 4.400 para R$ 4.700 mensais
Faixa 3: de R$ 8.000 para R$ 8.600 mensais