WASHINGTON (Reuters) – O presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, disse nesta sexta-feira que não há pressa para cortar a taxa de juros dado o risco ainda não resolvido de que novos impostos de importação possam aumentar a inflação, e com o mercado de trabalho e os gastos dos consumidores dos Estados Unidos se mantendo.
“Não acho que os dados nos deem pressa para cortar… Estou muito consciente de que não estamos em nossa meta de inflação há quatro anos”, disse Barkin em uma entrevista à Reuters, observando que as empresas em seu distrito ainda esperam aumentos de preços este ano com a entrada em vigor de novas tarifas, e o fato de que as taxas de importação podem aumentar ainda mais nos próximos meses.
Além disso, disse ele, a taxa de desemprego continua baixa, em 4,2%, e as empresas não parecem estar à beira de grandes demissões que prejudicariam o outro objetivo do Fed, de manter o nível máximo de emprego.
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Os gastos “estão se mantendo bem. Não estão fracos”.
“Nada está queimando em nenhum dos lados de forma a sugerir que haja pressa para agir”, disse Barkin em seus primeiros comentários públicos após reunião do Fed nesta semana, na qual o banco central manteve sua taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,5%. “Não estou disposto a ignorar um pico de inflação, caso ele venha a ocorrer… Teremos de ver como acontecerá.”
“Estou confortável com a situação em que nos encontramos… O núcleo da inflação ainda está acima da meta. Ser modestamente restritivo é uma boa maneira de lidar com isso.”
Os comentários de Barkin ocorrem em um momento de incerteza exagerada para o Fed e para a economia dos EUA, com tarifas já mais altas sobre alguns produtos e com a possibilidade de aumentarem novamente já no próximo mês, quando o governo Trump estabeleceu o prazo de 9 de julho para que outros países fechem acordos comerciais com os EUA ou enfrentem impostos possivelmente exorbitantes sobre seus produtos.
Até o momento, apenas um acordo foi fechado, deixando o Fed em uma confusão sobre quais serão as alíquotas finais dos impostos e como elas serão divididas entre os produtores estrangeiros, os importadores dos EUA e o preço de varejo cobrado dos consumidores. Há também um debate sobre se qualquer impacto nos preços será um choque único ou se criará uma inflação mais duradoura, e se isso poderá levar a problemas na cadeia de oferta que desacelerem o crescimento e aumentem o desemprego.
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