A quarta-feira (6) promete ser de tensão no mercado nacional. Hoje, começa a valer oficialmente a tarifa de 50% importa por Donald Trump contra os produtos brasileiros importados para os Estados Unidos.
A medida foi formalizada pelo presidente norte-americano no final do mês passado, quando assinou um decreto que acrescentou 40 pontos percentuais às taxas já existentes. Apesar da rigidez, o pacote inclui uma lista com cerca de 700 exceções, que abrange itens como suco de laranja, combustíveis, fertilizantes, aeronaves civis, veículos e algumas categorias de metais e madeira.
Ainda assim, a nova tarifa atinge 95 categorias de produtos, somando mais de 3,8 mil itens exportados no ano passado, conforme dados da Comissão de Comércio Internacional dos EUA.
Segundo a Casa Branca, a decisão é uma resposta a atos do governo brasileiro considerados uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA.
O texto que acompanha o decreto acusa o Brasil de perseguir opositores políticos e restringir a liberdade de expressão, citando diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por supostamente intimidar adversários, aplicar multas a empresas americanas de tecnologia e congelar ativos para forçar o cumprimento de decisões judiciais.
As tentativas de negociação entre os dois países seguem emperradas. Trump declarou na sexta-feira (1º) que Lula poderia ligar “quando quisesse”, mas, segundo diplomatas do Planalto, uma conversa só ocorrerá se houver clareza sobre o que pode ser tratado para evitar um fracasso diplomático.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que mantém disposição para negociar, mas avalia pouco espaço para recuo dos EUA.
Enquanto isso, o governo finaliza um plano de contingência para apoiar empresas brasileiras afetadas pela nova tarifa. Entre as opções em estudo para mitigar os efeitos do tarifaço estão:
Negociar com Washington para reduzir tarifas e retirar itens da lista;
Buscar novos mercados externos para setores mais atingidos;
Reforçar o consumo interno;
Oferecer crédito subsidiado a empresas afetadas;
Garantir compras governamentais, como aquisição de alimentos;
Implementar programas temporários de renúncia fiscal.
Também pesa no clima — e nas negociações com os EUA — a prisão domiciliar do ex-presidenteJair Bolsonaro. Ontem, deputados e senadores da oposição ocuparam os plenários da Câmara e do Senado e prometeram obstruir as votações até que avancem pautas como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e projetos que restringem poderes do STF.
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Internacional
No exterior, os investidores monitoram as vendas no varejo da zona do euro, importante termômetro do consumo no bloco europeu.
As bolsas asiáticas encerraram em alta, enquanto os mercados europeus e os índices futuros de Wall Street avançam nesta manhã.
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Petróleo
O petróleo opera em alta, em movimento de recuperação após as últimas quedas. A valorização, no entanto, ocorre em meio a preocupações com a oferta, depois que Trump ameaçou impor tarifas à Índia por comprar petróleo da Rússia.
Criptomoedas
As criptomoedas operam no negativo. O bitcoin (BTC) é negociado nos US$ 113 mil, apresentando uma queda de 0,9%. Já o ethereum (ETH) cai 1,6% e é negociado nos US$ 3.600.
Temporada de balanços
Hoje, após o fechamento do mercado, saem os balanços de Braskem (BRKM5), C&A (CEAB3), Cogna (COGN3), Espaçolaser (ESPA3), Copel (CPLE6), Eletrobras (ELET3), Brava Energia (BRAV3), Fras-le (FRAS3), Guararapes (GUAR3), Hypera (HYPE3), Minerva (BEEF3), Santos Brasil (STBP3), Suzano (SUZB3) e Totvs (TOTS3).
Calendário de resultados do 2T25: Veja as datas e horários dos balanços das empresas da B3
Ibovespa
Por aqui, o destaque é a balança comercial, que ajuda a medir o ritmo das exportações e importações em meio ao impacto das tarifas internacionais.
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) terminou com alta de 0,14%, aos 133.151,30 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5060, com baixa de 0,01%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, subiu 0,30% no after-market de ontem, cotado a US$ 27,10.
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Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
06h – Zona do euro – Vendas no varejo de junho
14h30 – Brasil – Fluxo cambial semanal
15h – Brasil – Balança comercial de julho
Agenda – Lula
9h – Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e Chefe do Gabinete Adjunto de Agenda, Oswaldo Malatesta
12h – Audiência, seguida de almoço, com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
14h40 – Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza
15h – Sanção dos Projetos de Lei nº 1.730/2024 (Carnaval do Rio reconhecido como manifestação da cultura nacional) e nº 4.187/2024 (institui o Dia Nacional da Axé-Music)
16h – Ministro da Casa Civil, Rui Costa; Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; Ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; e Advogado-Geral da União, Jorge Messias
Agenda – Fernando Haddad
A agenda do ministro não foi divulgada até o momento da publicação desta matéria
Agenda – Gabriel Galípolo
10h – Palestra no evento Blockchain Rio 2025, promovido pelo Blockchain Rio
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quarta-feira (06)
Bolsas asiáticas
Tóquio/Nikkei: +0,65%
Hong Kong/Hang Seng: +0,03%
China/Xangai: +0,45%
Bolsas europeias (mercado aberto)
Londres/FTSE100: +0,26%
Frankfurt/DAX: +0,08%
Paris/CAC 40: +0,26%
Wall Street (mercado futuro)
Nasdaq: +0,06%
S&P 500: +0,25%
Dow Jones: +0,32%
Commodities
Petróleo/Brent: +1,67%, a US$ 68,77 o barril
Petróleo/WTI: +1,75%, a US$ 66,29 o barril
Minério de ferro: -0,06%, a US$ 101,80 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
Bitcoin (BTC): -0,9%, a US$ 113.925
Ethereum (ETH): -1,5%, a US$ 3.617,35
Boa quarta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!