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Varejo segue indústria e perde ritmo em abril, mas demanda ainda segue aquecida

Assim como ocorreu na semana passada com os dados da produção industrial, que desaceleraram para a quase estabilidade (+0,1%), as vendas no varejo pesquisadas pelo IBGE tiveram queda de 0,4% em abril ante março. Ainda que os economistas apontem que isso pode significar a projetada desaceleração a economia a partir do 2º trimestre do ano, eles alertam para a demanda aquecida e acham prematuro cravar a manutenção da tendência.

A queda na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (12) veio após três meses consecutivos de crescimento e ficou levemente acima das projeções do mercado. Mas o setor ainda acumula uma alta de 2,1% no ano e de 3,4% nos últimos 12 meses.

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Resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,5% a uma alta de 0,4%

A XP destacou em relatório que a contração mais acentuada do que o previsto nas vendas de veículos explicou grande parte da diferença entre a estimativa e o resultado real das vendas totais no varejo.

“No geral, as vendas no varejo de abril sugerem enfraquecimento das atividades sensíveis ao crédito, embora os resultados devam ser considerados com cautela devido à base de comparação relativamente alta. A nosso ver, o cenário de desaceleração gradual dos gastos das famílias permanece”, diz o texto.    

A XP pondera que o aumento significativo da renda disponível real ainda deve apoiar os gastos das famílias no curto prazo. “O mercado de trabalho continua robusto, marcado por um crescimento constante do emprego formal e pela taxa de desemprego nos níveis mais baixos da série de dados iniciada em 2012. Além disso, as medidas governamentais anunciadas recentemente provavelmente ajudarão a demanda doméstica.”

O XP Tracker para o crescimento do PIB do 2º trimestre de 2025 permanece em 0,5% na comparação trimestral e em 2,4% em relação ao ano anterior.

Luis Otávio Leal, sócio e economista chefe da G5 Partners, também destacou que, após atingir o maior patamar da série histórica em março, o varejo ampliado – mais importante para o cálculo do PIB – surpreendeu negativamente em abril.

“O resultado mais fraco do que o esperado se manifestou tanto na parte do varejo mais relacionada ao crédito (como automóveis) quanto naquela mais relacionada à renda (como supermercados). No entanto, apesar da surpresa negativa e do predomínio de atividades com queda no volume de vendas, é difícil extrapolar, nesse momento, esse resultado para os demais meses”, diz.

Segundo ele, com base nos dados disponíveis, deve haver uma desaceleração gradual da economia brasileira. “Nossa estimativa em tempo real segure uma queda de 0,1% do PIB no 2° trimestre; entretanto, mantemos, por ora, a nossa expectativa de expansão de 0,4%.”

Emprego e renda ainda fortes

Rafael Perez, economista da Suno Research, por sua vez, observa que quatro dos oito grupos pesquisados pelo IBGE registraram queda no mês, com destaque para os segmentos de maior peso, como hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) e combustíveis e lubrificantes (-1,7%).

Mas ele pondera que a retração do setor no mês de abril pode ser explicada principalmente por um efeito base, após os três meses consecutivos de alta. “Esse recuo pontual reflete mais uma acomodação do ritmo de crescimento do que uma mudança na tendência do varejo.

A demanda ainda segue sustentada por uma combinação de fatores que, até agora, têm atenuado os impactos da política monetária sobre o setor, tais como a resiliência do mercado de trabalho, especialmente no segmento formal, estímulos sobre o consumo e o crédito, bem como o aumento real do salário-mínimo”, lista.

Perez argumenta que, Apesar de sinais incipientes de perda de fôlego no varejo, deve ser observado um crescimento sólido do segmento ao longo do ano, devido à combinação de fatores positivos para a sustentação do consumo e da renda. “Contudo, projetamos uma moderação do ritmo de expansão da atividade econômica ao longo do segundo trimestre após uma forte alta no trimestre anterior.”

Igor Cadilhac , economista do PicPay, também diz ver uma desaceleração no ritmo de expansão do comércio, refletindo a retirada dos estímulos fiscais e de crédito, além dos efeitos ainda presentes da inflação e dos juros elevados. “Apesar desse cenário mais desafiador, projetamos que a perda de dinamismo será relativamente moderada. Fatores como o mercado de trabalho aquecido e a massa salarial ainda robusta devem continuar sustentando o consumo das famílias. Mantemos, assim, a projeção de crescimento de 2% para o setor em 2025”, estima

Para André Valério, economista sênior do Inter , o resultado de abril sugere uma desaceleração generalizada do setor, uma vez que todas as atividades desaceleraram o ritmo frente a março, com exceção de móveis e eletrodomésticos, mas que ainda assim apresentou variação negativa.

“E os dados sugerem desaceleração tanto pelo motivo renda quanto pelo crédito, com o varejo sensível à renda recuando 0,4% e o sensível à crédito recuando 1,4% no mês, apresentando forte desaceleração no acumulado em 12 meses”, destaca.

Para os próximos meses, Valério diz que o desempenho do setor dependerá da manutenção do mercado de trabalho em patamar robusto, que tem dado sustentação à demanda. “Por outro lado, as condições financeiras mais apertadas devem continuar a restringir o crédito, prejudicando a retomada do varejo ampliado.”

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Perda de fôlego no trimestre?

Leonardo Costa, do ASA, é outro economista a fazer a leitura de que o desempenho de abril vai na direção de uma desaceleração gradual da atividade econômica no 2º trimestre.

“O recuo nas vendas em abril alinha-se ao movimento observado também na produção industrial do mesmo mês, indicando menos fôlego no começo do trimestre. Esses dados vão na direção esperada pela autoridade monetária, que tem defendido a necessidade de esfriamento da demanda para conter pressões inflacionárias, especialmente em um ambiente de expectativas desancoradas. No entanto, ainda é cedo para afirmar que esse processo está consolidado”, afirma.

Para o Itaú os números de hoje introduzem um viés ligeiramente negativo para o PIB do 2º trimestre de 2025, reforçando os sinais de desaceleração da atividade econômica. O Bradesco também diz que, em conjunto com os dados da indústria divulgados na semana passada, a pesquisa do comércio sugere um início de trimestre mais fraco do que o esperado.

“No entanto, é importante ressaltar que parte relevante do resultado negativo foi influenciado principalmente pelo segmento de veículos, que vem apresentando crescimento nos dados de emplacamento da Fenabrave. Por ora, mantemos nossa projeção de crescimento econômico em 0,5% para o segundo trimestre deste ano”, afirma a análise do banco.

Para Claudia Moreno, economista do C6 Bank, os dados negativos de abril reforçam a expectativa de que as vendas no varejo, de maneira geral, devem perder força ao longo deste ano. “Nossa projeção é de que o varejo ampliado feche o ano com crescimento pouco abaixo de 2%. Vale lembrar que, no ano passado, o setor cresceu 3,7%”, projeta.

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