O governo americano confirmou hoje, por meio de uma Ordem Executiva, a imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, com vigência em sete dias. No entanto, uma lista relativamente longa de exceções foi apresentada. De acordo com as estimativas da XP, essas exceções representam cerca de 35% do total das exportações brasileiras para os EUA (com base em valores em dólares americanos).
Abaixo, a tabela apresenta as isenções para os principais produtos exportados para os EUA:
Principais Produtos Exportados do Brasil para os EUA:
Segundo a equipe macroeconômica da XP, as isenções se aplicam principalmente a produtos básicos, o que significa que a maioria dos produtos manufaturados permanece sujeita à tarifa de 50%. Dito isso, a casa considera os potenciais efeitos de desvio de comércio. Como resultado, a projeção para as exportações de 2025 seria reduzida em aproximadamente US$ 4,0 bilhões.
As tarifas poderiam reduzir o crescimento do PIB brasileiro em cerca de 15 pontos-base em 2025, um cenário melhor do que o temido, avalia a equipe macro da XP.
A lista de exceções apresentada e o provável desvio de comércio para muitos produtos que estarão sujeitos a tarifas (por exemplo, carne) devem levar a um pequeno impacto líquido no crescimento do PIB em 2025. “Estimamos um efeito negativo de cerca de 15 pontos-base, abaixo dos aproximadamente 30 pontos-base estimados no início de julho”, avalia a XP.
Além disso, o impacto sobre a inflação ao consumidor (IPCA) deve ser leve e temporário. “Alimentos importantes que serão taxados em 50%, como café e carne, encontrarão demanda em outros mercados globais, acessarão o mercado americano indiretamente ou até mesmo serão absorvidos a preços mais altos (como é o caso da carne moída). Portanto, não esperamos um impacto significativo e persistente na inflação anual ao consumidor. No curto prazo, podemos observar uma deflação significativa em frutas, como o caso amplamente discutido das mangas. No entanto, o impacto deve se dissipar em alguns meses”, aponta.
Por fim, a XP ressalta não poder descartar negociações comerciais entre os governos brasileiro e americano nos próximos dias, visto que as tarifas de 50% não foram anunciadas com efeito imediato. Uma flexibilização adicional – por exemplo, a expansão da lista de exceções – poderia reduzir os efeitos macroeconômicos destacados.
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